«cartas que nunca foram escritas, por uma pessoa que nunca existiu»

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

café filosófico.

(imagem: não é de minha autoria!)


- é incrível como o amor não correspondido força um amor até mesmo inventado
- hum, explica
- não há muito para explicar, apenas que na tua situação o pensamento desencadeado pelo facto dele não te amar faz-te pensar muito mais nele, ao ponto de forçar um amor. o amor acontece dentro de nós, quando pensamos na pessoa demasiadamente... quando não somos correspondidos, porra, há algo gigantesco para pensar, logo, tu sabes… enfim, uma pessoa como tu, cujo orgulho transcende em alguns momentos do normal (sem ofensas) isso acaba por se tornar uma regra, o facto de te apaixonares a tal ponto por alguém que não te quer, e não vais sossegar enquanto não entenderes tudo, ou enquanto não fizeres com que ele te ame. até lá, esse amor tende a crescer, até um momento em que te convences de que ele não te quer, ou o contrário. Bom, o tempo vai mostrar-nos, eu não sei muito, apenas o que notei até agora.
- sim, por isso eu penso "o amor é bonito, nos livros. na minha vida? nunca foi verdadeiramente perfeito para me fazer acreditar que é possível amar e ser feliz ao mesmo tempo." (…) e é verdade, o amor e a felicidade? no meu mundo existem dois dicionários para cada um, mistura-los na mesma página é inimaginável, e é perigoso quando conseguimos fazer tal proeza.
- eu concordo, o amor e a felicidade são inerentes a aspectos diferentes.. não se tira a felicidade do amor, nem o amor da felicidade, não? podem viver de forma análoga, simultânea, porém, são conceitos que vivem em dicionários diferentes, sabrina.
- e depois, quando acreditamos e compreendemos um deles, por mais estranho que pareça, deixamos de acreditar no outro. incrível, não é?
- deixaste de acreditar em qual?
- neste momento? não estou a acreditar em nenhum. e tu? acreditas em qual?
- a sério? eu não acredito, sou bem pessimista.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

amor?

nunca acreditei muito no amor. sempre o tomei como um segredo proibido por mentes sábias que nos querem poupar de tanto trabalho, de tantos problemas que se geram à volta de uma só pessoa, de tanta felicidade que, no fim, acaba. mas eu sei que existe, só não acredito, ainda não tive provas suficientes sobre a sua existência. ou então existe, sim, mas não foi criado para mim, esgotou, não há mais para comprar, muito menos para oferecer. essa tal magia só existe quando acreditamos, tal como as fadas, e eu, não acredito, nunca me contaram histórias que me fizessem acreditar, as histórias de amor confundo-as com lendas, e tu, nunca me fizeste acreditar no amor, na realidade, nem na irrealidade. o teu olhar é agudo, quebra as minhas palavras com uma força inimaginável. tens na boca as palavras do silêncio, e o teu barulho é, magicamente, mudo. és sorreal, o mítico vádio. creio que, no fundo, são todos os teus defeitos que te tornam perfeito aos olhos de uma míope do amor, como eu. existem palavras tão básicas, os "amo-te" ouvem-se em qualquer rua, e eu, não encontro palavra suficientemente incomum e verdadeira para ti, e, além do mais, nem sei o significado destas palavras. ato, desato, a minha vida tornou-se num fio. já dei mil e um nós cegos, então no que toca ao inexistente. meu, querido, vagabundo, parte para outra cidade, o meu coração já está lotado.


(modelo: carina matos. fotografia: sabrinacastro)

sábado, 4 de setembro de 2010

equilibrio perfeito entre o passado e o futuro, um tal de presente.

existe? não sei.


são mil e uma noites passadas em branco, ao som duma velha guitarra, com as cordas gastas por anos e anos de músicas acompanhadas por suspiros dum desconhecido músico. o incógnito músico , a quem eu gosto de chamar de «alucinação». não consigo dormir, os pesadelos costumam assombrar-me, mas também não necessito de dormir, não tenho sono, a minha «alucinação» acompanha-me. só há uma coisa que não compreendo, nunca compreendi. as músicas dele.. falam sobre uma coisa que parece tão real, mas que é tida como um mistério, o, amor. nunca compreendi, um homem amar uma mulher, uma mulher amar um homem, construírem uma vida juntos, viverem um para o outro. não, na minha cabeça só existe um nome para isso, e não é amor, é imaginação . neste momento, ninguém vive sem interesse, querem algo, mas não é amor. isso já deixou de existir, há muito tempo. não é que eu não acredite nele, eu acredito, mas não tenho provas suficientes sobre a sua aparente existência. agora costumo deitar estes pensamentos ao mar, quando preciso de falar de amor, falo contra o vento para engolir as palavras e ninguém as ouvir, mas um dia, quando me provarem que ele existe, (…) esse dia será outro dia, outra fase.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

eu voei, mas voltarei!

Senti as tuas mãos quentes no meu corpo, e senti toda aquela dor que nos rodeava. «larga-a. Deixa-a voar. É a vez dela, vá, larga-a!», ouvi a voz que vinha lá do fundo daquele corredor sombrio situado entre as árvores incrivelmente altas. o teu olhar fora fugaz, mas lento o suficiente para me permitir abrir as asas. não me sinto propriamente feliz com esta nova definição, não consigo fazer a síntese desta história devido á imensidão de parágrafos e pontos finais, e as lágrimas que agora escorrem nesta face determinadamente seca são, somente, as lágrimas que, ontem consegui observar nos teus olhos celestiais, no momento em que consegui ver a tua dor perante aquele turbilhão de sentimentos/pensamentos. Eu voltarei, juro que voltarei.

sabrinacastro


este infortúnio da sorte eterna. esta resistência da má sorte aos débeis ataques das minhas forças. esta arrogância que o meu sangue frio mantém ao mundo alheio. Esta incompreensão pela parte dos impotentes ignorantes. este desejo pela posse do mundo, detido pelo remoto poder dos vossos antigos, que por sinal, não vos serve de nada. Este meu espaço que nunca será vosso, esta minha arte que nunca atingirão, este meu mundo que nunca mo arrancarão com as vossas impiedosas mãos, esta minha parte do mundo, que, como por direito atingi e não irei deste modo perde-lo. Este «eu» que nunca vencerão, esta batalha que será minha, esta guerra que será de todos nós, esta vitória que afectará os ruins, e reparará os bons. Estas palavras que nunca serão enterradas junto a mim, mas serão enterradas comigo, no meu fim, nas minhas memórias, na minha alma, no meu, futuramente, coração morto.

sabrinacastro

um tal tesouro

- num momento decisivo senti um calor abrasador apoderar-se do meu corpo, e da minha alma. senti que estava mais perto do que procuro desde sempre, e agora cá estou eu, sentada, a escrever, sem saber bem o rumo, mas com o coração aos pulos.. como não deixaria de ser, ninguém acredita, mas eu acredito, e ainda não desisti. eu vou garantir que eu mesma o encontrarei, e aí, aí sim, começou!

sabrinacastro

destiny

quantas portas forem precisas. (foto 29maio2010)
acredito no destino, e acredito nas opções, mas acima de tudo acredito na possibilidade de haver vários destinos, e podermos escolher o nosso conforme os passos que damos. serei a única? mas isso é um assunto relativo, porque as minhas decisões vão sendo tomadas, e o meu destino está a ser criado, com pincéis de tamanho diferente, com canetas diferentes, com lápis ora mais pequenos, ora maiores (mas com a mesma capacidade de, num simples traço, demonstrarem todo o caminho, e até formarem o caminho), com lápis de cera, lápis de cor, guaches ou aguarelas de cores diferentes, e folhas de espessura diferente. as fotografias vão acompanhando o meu percurso, as folhas onde escrevo descobrem todos os meus segredos, e o céu sabe tudo o que eu não sei. as lágrimas que por vezes escorrem pela cara e são confundidas com lágrimas de tristeza, são evidentemente umas simples gotas de água que transportam muitas das minhas alegrias até ao sorriso dos meus doces lábios salgados. o sol que outrora me queimou a pele, agora acompanha-me de modo distante, o sangue que voltará a verter não me assusta porque será durante as minhas lutas, onde, lutarei pela vitória, e alcançarei os meus objectivos. não tenho medo de perder porque atrás duma derrota está escondida uma nova luta, onde sairei vitoriosa. quando ganho não ganho por ter medo de perder, mas sim por querer ganhar. já lancei os dados ao ar, e lançarei quantas vezes forem necessárias até ter os números que quero, já joguei muitas das cartas do baralho, mas os trunfos ainda cá estão, não vou apostar porque seria falta de dignidade, visto que sei as respostas que tu não sabes, mas ajudar-te-ei a apostar contra os outros, os maus da fita. ainda não me cansei de lutar, e já foram muitas as lutas que travei, as lutas que venci, e as lutas onde quase perdi, e até mesmo as lutas onde me derrotaram, mas continuo de pé, porque a verdadeira vitória está cá dentro, e eu venci, para mim venci.

sabrinacastro

quinta-feira, 13 de maio de 2010

crueldade? não sei.



O amor enreda-nos em dúvidas e incertezas, acabei por não saber quando devia parar, e agora sinto-me perdida nestas manhas da vida, sem sinal do tal paraíso que julgava existir. Sei decore o nome do vento, todos os seus encantos, e são muitos, e até demasiados por vezes, os segredos que sei através dele, todas as palavras ditas ao serão, mas estes simples momentos, palavras, sorrisos, são comprometidos com eles, são somente mais coisas que não me pertencem, nem em sonhos. Quem ama acredita, e eu, tal como amei, acreditei demasiado, e agora aqui estou eu, escrava de uma vida ruim, mas ao mesmo tempo tão diversificada, alegre e contagiante que dá vontade de saltar para o próximo capitulo desta história alucinante de tão confiante que estou, mas tudo isto não passa de uma reles mentira da vida, o tempo que me pertencia foi roubado, e, começou agora a lenda da minha vida. Agora, as minhas únicas companheiras são as memórias de outra vida, onde eu fora realmente feliz, e não o fingira simplesmente ser, naquele tempo eu podia dizer que era verdadeiramente feliz e não um simples absurdo de pessoa no meio de toda a falsidade deste mundo de ignorantes, mas esse tempo, essa vida, aquelas promessas de eternidade, aquele pacto de sangue, foram simplesmente destruídos com um simples sopro do teu egoímo, e um simples afago da minha ingenuídade, com a junção do teu coração ao meu. Naquela altura ouvi o som do adeus, e agora posso ouvir o som da porta do fim a rebater-se contra o chão já gasto por anos de existência e pelas lágrimas que, quem por ela passava ia perdendo, posso ver a porta a abrir-se, para mim. O reinado do silêncio foi teoricamente destruído pelo cair da chuva. O fim, esse está á distância de um passo, se vai ser bom ou mau? não sei.

sabrinacastro

sábado, 8 de maio de 2010

amar, mais um absurdo.


Crescemos a ouvir histórias de amor, acompanhadas da lenda do «(...) e foram felizes para sempre.», e se assim fosse, magnifico! queremos ouvir música e elas tagarelam segredos de amor. Vemos uma série, um filme, uma novela, e o enredo acaba por se basear no amor. vivemos insensatamente á procura do amor, porque sabemos que, por vezes, só ele dá sentido á vida. O amor. o amor é a moeda de troca sentimental, e é o que queremos, e podemos comprar com ele mesmo. E o coração bate mais forte, cada vez mais forte, e a voz rouca, cada vez mais rouca, a palavra «amor» torna-se irreconhecivel, a frase fica desfocada aos meus e aos vossos ouvidos, a coragem diminui pouco a pouco, a voz continua a fraquejar, a falhar, o tempo continua a contar, e o amor não pára, não estaca, lá vai ele pela viela fora, com um sorriso, ora verdadeiro, ora sínico. e agora pergunto, quem será a próxima vítima do amor?


sabrinacastro