«cartas que nunca foram escritas, por uma pessoa que nunca existiu»

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

amor?

nunca acreditei muito no amor. sempre o tomei como um segredo proibido por mentes sábias que nos querem poupar de tanto trabalho, de tantos problemas que se geram à volta de uma só pessoa, de tanta felicidade que, no fim, acaba. mas eu sei que existe, só não acredito, ainda não tive provas suficientes sobre a sua existência. ou então existe, sim, mas não foi criado para mim, esgotou, não há mais para comprar, muito menos para oferecer. essa tal magia só existe quando acreditamos, tal como as fadas, e eu, não acredito, nunca me contaram histórias que me fizessem acreditar, as histórias de amor confundo-as com lendas, e tu, nunca me fizeste acreditar no amor, na realidade, nem na irrealidade. o teu olhar é agudo, quebra as minhas palavras com uma força inimaginável. tens na boca as palavras do silêncio, e o teu barulho é, magicamente, mudo. és sorreal, o mítico vádio. creio que, no fundo, são todos os teus defeitos que te tornam perfeito aos olhos de uma míope do amor, como eu. existem palavras tão básicas, os "amo-te" ouvem-se em qualquer rua, e eu, não encontro palavra suficientemente incomum e verdadeira para ti, e, além do mais, nem sei o significado destas palavras. ato, desato, a minha vida tornou-se num fio. já dei mil e um nós cegos, então no que toca ao inexistente. meu, querido, vagabundo, parte para outra cidade, o meu coração já está lotado.


(modelo: carina matos. fotografia: sabrinacastro)

3 comentários:

  1. Eu amo mesmo os teus textos, então este. Esquece :o fico sem palavras +.+

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  2. Oh, gostei mesmo. Fogo, tu escreves mesmo bem!
    E obrigada (:

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  3. Obrigada ;) tambem gostei muito do teu blog* é lindo :)

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